As manifestações de ontem juntaram um pouco por todo o mundo aqueles que se indignam contra os dogmas ditados pelos governantes, contra as regras de um jogo em que é cada vez maior o número dos derrotados e cada vez maior o prémio dos que o vencem. 

O protesto de Lisboa reuniu, neste sentimento de indignação, pessoas de todas as idades, crenças e ideologias (e algumas contraditórias entre si), numa celebração pelo direito a soluções alternativas. Soluções que não acicatem ainda mais as desigualdades da nossa sociedade, como defendem os paladinos da austera inevitabilidade.

O protesto foi uma festa. Teve uma banda de metais a tocar músicas de Bob Marley, grupos de tambor em ritmos animados, milhares de vozes em uníssono nas canções de protesto ritmadas por palmas que nunca se calaram. Infelizmente, vendo as notícias de hoje, dá-se um destaque exagerado ao incidente nas escadas da Assembleia que, a meu ver, só aconteceu porque o espaço era demasiado pequeno para uma multidão que ultrapassou as melhores expectativas dos organizadores.

Foi mesmo uma festa a que me juntarei sempre que a convocarem. Até que seja inevitável considerarem outras soluções que não ataquem as pessoas.  

2 comentários:

  1. Só quando as manifestações deixarem de serem uma festa, para passarem a ser verdadeiras manifestações, é que elas terão algum significado.
    Até lá... continuaremos na mesma.

    Boa foto. As cores estão vibrantes e apelativas.

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  2. Remus,
    A forma de o fazer terá de ficar ao critério de cada um. Nas actuais circunstâncias, o que se exige de cada um de nós é que participe. O momento é demasiado importante para lhe sermos indiferentes

    Obrigado pela visita e pelo comentário.

    Abraço,

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